O sisão sofreu um decréscimo populacional acentuado e continuado desde o início dos anos 2000. Nos últimos 20 anos perdemos cerca de 80% da população desta espécie.
Som
Habitat
Em Portugal, o sisão está sobretudo associado a zonas agrícolas e frequenta regiões estepárias, planícies abertas ligeiramente onduladas com vegetação rasteira pouco densa. Tal como a abetarda, tende a ocupar extensas áreas de mosaico compostas por cerealicultura extensiva, pousios e pastagens (pseudo-estepes).
Ocupa ocasionalmente e de forma marginal montados pouco densos. Na época de nidificação, os machos optam preferencialmente pelos pousios para formar os seus territórios. No inverno, concentra-se em bandos, que tendem a ocorrer no topo das elevações e são sensíveis à perturbação humana, evitando a proximidade de estradas e casas habitadas.
Reprodução
Durante a época de reprodução verifica-se a desagregação dos bandos e, em finais de março, os machos selecionam e defendem os seus territórios, as áreas de leque. Efetuam uma parada nupcial peculiar, em que saltam, batem as asas e emitem o chamamento característico da espécie. As fêmeas visitam estas áreas para acasalar e dirigem-se posteriormente para áreas de pousio ou seara, onde fazem ninho no solo. Apenas a fêmea é responsável pelos cuidados parentais. As crias abandonam o ninho logo após o nascimento.

Ameaças
- A intensificação da agricultura, através de monoculturas cerealíferas em detrimento de outros usos, como leguminosas, pousios e montado disperso, resulta na redução do mosaico agrícola com decréscimo da diversidade de habitat e traduz-se em diminuição na disponibilidade alimentar.
- A ceifa e a lavoura efetuadas durante o período de nidificação da espécie são responsáveis pela destruição de ovos e morte de crias e fêmeas adultas.
- O aumento da utilização de agro-químicos intervém direta e indiretamente nas populações de aves estepárias como o sisão, aumentando a mortalidade e reduzindo a capacidade reprodutiva e diminuindo as populações de invertebrados de que a espécie depende.
- A intensificação do pastoreio afeta a composição e estrutura da vegetação e diminui a disponibilidade alimentar e o sucesso reprodutor do sisão.
- A expansão de cultivos lenhosos/permanentes como pomares, amendoais, vinha e olival resultam em perda de habitat adequado à alimentação e reprodução do sisão.
- A florestação das terras agrícolas resulta na perda de habitat e provoca o aumento das taxas de predação nas áreas adjacentes.
- A construção de infraestruturas como estradas, albufeiras, linhas elétricas, parques fotovoltaicos ou vedações, resulta em perda e fragmentação de habitat adequado à alimentação e reprodução. Acrescem ainda mortalidade por colisão e perturbação na fase de instalação (e por vezes durante a fase de exploração).*
Como protegemos esta espécie