Nome Científico Tetrax tetrax

Estatuto de Conservação Quase ameaçado (Global)/ Em Perigo (Portugal)

Tamanho Comprimento: 40-45 cm
Envergadura de asas: 105-115 cm
Peso: 700-950 g

Alimentação Adultos: sobretudo matéria vegetal (rebentos, folhas, flores | Crias: insetos

Onde e quando observar A sul do rio Tejo, principalmente no Alentejo (Castro Verde, Piçarras, Vale do Guadiana, São Pedro Solis, Cuba, Campo Maior, Vila Fernando, Veiros, São Vicente, Alter do Chão, Reguengos)
Fora do período reprodutor, a espécie é mais difícil de observar.

Aves semelhantes Abetarda

O sisão sofreu um decréscimo populacional acentuado e continuado desde o início dos anos 2000. Nos últimos 20 anos perdemos cerca de 80% da população desta espécie.

 

Som

 

Habitat

Em Portugal, o sisão está sobretudo associado a zonas agrícolas e frequenta regiões estepárias, planícies abertas ligeiramente onduladas com vegetação rasteira pouco densa. Tal como a abetarda, tende a ocupar extensas áreas de mosaico compostas por cerealicultura extensiva, pousios e pastagens (pseudo-estepes).

 

Ocupa ocasionalmente e de forma marginal montados pouco densos. Na época de nidificação, os machos optam preferencialmente pelos pousios para formar os seus territórios. No inverno, concentra-se em bandos, que tendem a ocorrer no topo das elevações e são sensíveis à perturbação humana, evitando a proximidade de estradas e casas habitadas.

 

 

Reprodução

Durante a época de reprodução verifica-se a desagregação dos bandos e, em finais de março, os machos selecionam e defendem os seus territórios, as áreas de leque. Efetuam uma parada nupcial peculiar, em que saltam, batem as asas e emitem o chamamento característico da espécie. As fêmeas visitam estas áreas para acasalar e dirigem-se posteriormente para áreas de pousio ou seara, onde fazem ninho no solo. Apenas a fêmea é responsável pelos cuidados parentais. As crias abandonam o ninho logo após o nascimento.

Sisão Gabriel Sierra

Ameaças

  • A intensificação da agricultura, através de monoculturas cerealíferas em detrimento de outros usos, como leguminosas, pousios e montado disperso, resulta na redução do mosaico agrícola com decréscimo da diversidade de habitat e traduz-se em diminuição na disponibilidade alimentar.
  • A ceifa e a lavoura efetuadas durante o período de nidificação da espécie são responsáveis pela destruição de ovos e morte de crias e fêmeas adultas.
  • O aumento da utilização de agro-químicos intervém direta e indiretamente nas populações de aves estepárias como o sisão, aumentando a mortalidade e reduzindo a capacidade reprodutiva e diminuindo as populações de invertebrados de que a espécie depende.
  • A intensificação do pastoreio afeta a composição e estrutura da vegetação e diminui a disponibilidade alimentar e o sucesso reprodutor do sisão.
  • A expansão de cultivos lenhosos/permanentes como pomares, amendoais, vinha e olival resultam em perda de habitat adequado à alimentação e reprodução do sisão.
  • A florestação das terras agrícolas resulta na perda de habitat e provoca o aumento das taxas de predação nas áreas adjacentes.
  • A construção de infraestruturas como estradas, albufeiras, linhas elétricas, parques fotovoltaicos ou vedações, resulta em perda e fragmentação de habitat adequado à alimentação e reprodução. Acrescem ainda mortalidade por colisão e perturbação na fase de instalação (e por vezes durante a fase de exploração).

 

 

Como protegemos esta espécie